De Boston – Brasileiras e brasileiros nos Estados Unidos protestam, nesse sábado, 14 de janeiro, às 10 da manhã (horário de NY), contra a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro em Miami. O ex-mandatário do cargo-mor da República voou no dia 30 de dezembro de 2022 para Orlando ainda no cargo de presidente para não entregar a faixa ao novo presidente eleito e agora empossado, Luís Inácio Lula da Silva.
Acontece que desde a posse de Lula da Silva, no dia 1º de janeiro de 2023, Bolsonaro perdeu o status de Presidente, e assim o seu visto de visita, tipo A, concedido pelas autoridades de imigração norte-americana a chefes de Estado e diplomatas, que passa a não ter mais validade. Os residentes pedem a sua imediata deportação pelo governo norte-americano para ele começar a responder a processos de crimes que serão apresentados contra ele assim que retornar ao seu país, agora livre do manto da imunidade.
A manifestação de Miami, organizada pelo Comitê Popular de Luta Pela Democracia no Brasil, faz eco ao coro de 40 deputados norte-americanos, liderado poela deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez que acreditam em conexões dos atos terroristas de domingo ocorridos no Brasil com a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2022 por apoiadores do ex-presidente Donald Trump que inconformados com a sua derrota nas eleições presidenciais tentaram impedir a diplomação do presidente vitorioso Joe Biden.
Em ofício enviado ao Presidente Joe Biden, os deputados estadunidenses pedem investigação pelo FBI, a revogação do visto que Bolsonaro porventura tenha para estar vivendo no país e a sua consequente deportação. Eles acreditam em suposta articulação de Jair Bolsonaro em território norte-americano por trás dos atos terroristas em Brasília no último domingo, o qual qualificam como um ataque de violento extremismo.
Além da ligação direta que Jair Bolsonaro tem com Donald Trump (o ex-mandatário da República brasileira teria rompido o Ano Novo no famoso clube Mar-a-Lago de propriedade de Trump), seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro, também viajou para Flórida. Ambos encontraram com Stephen Banner e Janson Miller, assessores do ex-presidente Trump acusados de serem os mentores da invasão do Capitólio e também conselheiros políticos de Jair Bolsonaro.
FIBRA
O protesto em Miami ocorre também como parte de uma série que brasileiras e brasileiros residentes no exterior iniciaram essa semana em vários países após o “6 de janeiro brasileiro” no último domingo, dia 8. No episódio, raivosos apoiadores do ex-signatário do cargo de Presidente da República invadiram, depredaram e roubaram vários pertences do Estado dos prédios do Congresso, Palácio do Planalto e do Tribunal Superior Federal em Brasília, inclusive armas de grande poder letal, granadas e munição. Nos Estados Unidos, as manifestações ocorreram em Nova Iorque e Boston.
Os residentes acreditam na culpabilidade de Jair Bolsonaro nesse ataque terrorista, o que acrescenta mais uma acusação de crime ao estado democrático de direito que ele terá que responder perante a justiça brasileira. Nesse sentido, a Frente Internacional Brasileira Contra o Golpe e pela Democracia (Fibra) lançou um manifesto em que repudia os atos de violência contra o patrimônio público e as instituições da República, simbolo dos três poderes como definido na Constituição Federal.
A nota fala ainda de golpismo, fascismo e da essência da violência e autoritarismo da extrema-direita no Brasil que representação no governo de Jair Bolsonaro e que atingiu o ápice nesse ato do último domingo, com a inconformação da perda das eleições presidenciais para o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva.