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A tradição da medicina milenar indígena

por Alex Baseia*

Além dos próprios povos indígenas, a prática da medicina tradicional dos povos originários também ocorre dentro do Brasil através de grupos tradicionais, que também mantém essas tradições vivas, muitas vezes acompanhadas e transmitidas através dos próprios curandeiros indígenas. É bom entender que todo processo de cura indígena tradicional além do uso de substâncias químicas da natureza também se trabalha o lado espiritual, a conexão com a natureza e suas entidades.

Uma das substâncias usadas é a Ayahuasca Bebida ( chá), feito de forma milenar, uma mistura da planta chacrona e o cipó jagube (ambos nativos da amazônia), além de muita força e energia espiritual. A Ayahuasca é usada há milênios por muitos povos nativos para cura, tanto do corpo quanto da alma. como falei anteriormente para os povos indígenas são duas coisas indissociáveis, corpo e alma.
Nas cidades grandes pessoas usam para conexão com o espiritual e a mãe natureza. E também para cura de problemas com drogas, tanto drogas recreativas quanto para farmacologia. Para desintoxicação de químicas e produtos industrializados, quanto para os problemas psicológicos das grandes cidades, doenças da mente e alma. Conversamos com dois envolvidos na cura da Ayahuasca, o mestre de Cerimônia Carlos Eduardo Fernandes França ( mais conhecido como Kadu) , envolvido com a medicina tradicional há décadas, têm trabalhado para levar a todos/as o conhecimento ancestral da sabedoria da medicina tradicional. Ele nos fala um pouco do Grupo Origens, ( que têm esse benefício desenvolvido e dedicado a anos) , “ O instituto Origens é uma organização sem fins lucrativos, para facilitar o estudo das medicinas ancestrais a todos/as, surgiu a 6 anos em São paulo capital. Desde então vem sendo realizados trabalhos de expansão de consciência, com plantas de poder, como Ayahuasca, sananga e rapé” explica Kadu.

Grupo do metsre Kadú faz registro ao final da cerimônia em outubro passado

 

Também conversamos com Jeferson Alexandre, hoje guardião das medicinas, também do grupo Origens, que encontrou nas medicina tradicionais, um novo caminho com as sabedorias antigas. “ Eu procurei a medicina da Ayahuasca para me curar de um vício de drogas, meu primeiro contato foi a 10 anos, participei de uma Cerimônia do Santo Daime e comecei a consagrar a medicina, pra me libertar desse vício, depois em outro local, em outro instituto que eu procurei pra continuar o processo( O instituto Origens), eu entrei lá com esse intuito de me curar através da medicina, e consegui essa cura , me livrar desse vício, através da sagrada medicina, fazem três anos consagrando a ayahuasca, apesar de o intuito inicial ser de cura do vício, hoje sou guardião do Instituto e minha vida mudou muito , melhorou muito com minha família, com meu trabalho. Na minha vida em geral, a medicina conseguiu me mostrar muita coisa e consegui me livrar de muita coisa ruim através dela e hoje ajudo pessoas que passam pelos mesmos problemas, como já passei por muitas coisas sei que as pessoas que são viciadas não gostam de conversar com qualquer um, eu acredito que seja uma ponte para eu poder ajudar outras pessoas se curarem também e todos/as aqueles que estiverem passando por dificuldades procurem a medicina que ela muda nossa vida” as cerimônias acontecem uma vez por mês com uso da Ayahuasca , do Rapé e da sananga( um colírio indígena), o grupo Origens persiste no seu trabalho, levando esse conhecimento sagrado e milenar, ajudando a manter viva essa tradição nativa e sua sabedoria ancestral.

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Alex Baseia é estudante de Jornalismo

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Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira é jornalista profissional desde 1991. Foi repórter em O Norte e no jornal A União. É apresentador do radiofônico ALÔ COMUNIDADE, na Rádio Tabajara AM. É também assessor de Comunicação e servidor público desde 1994.

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