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Sem salvas de canhão posse de Lula quebra novos paradigmas da Velha República

Só um país como o nosso seria capaz de produzir evento tão inusitado

 

A nova Primeira-Dama brasileira, Rosângela Lula da Silva, talvez estivesse pensando apenas no bem-estar dos bichos (pets) e das crianças com elevado grau de autismo, quando solicitou para seu esposo a gentileza de determinar a dispensa da tradicionalíssima salva com 21 tiros de canhão, da cerimônia de posse do novo Presidente da República.

Socióloga de formação, Janja (como é mais conhecida) está sensível a esse tipo de demanda há muito tempo. O que ela não sabia, ao fazer o pedido a Lula (e prontamente atendida pelo Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco) era que, ao atendê-la, ele estaria quebrando definitivamente mais um velho paradigma imposto pela velha política made in Brazil.

A suspensão da salva não deixou apenas mais ocioso o pessoal do 32º Grupo de Artilharia de Campanha. Significou, principalmente, a atenção redobrada do novo Governo com apelos de grupos organizados da sociedade civil em Brasília, como o das mães e pais de autistas e as ONGs que atuam na proteção dos animas domésticos.

Na verdade, boa parte da cerimônia foi movida pela vontade de mostrar ao Brasil (e ao Mundo) que os tempos são outros. No dia da Posse eu fiz uma postagem no Twitter agradecendo publicamente ao ex-Presidente (agora uma espécie de “foragido”) pelo fato dele ter decidido, desde o início, que não participaria do evento, muito menos da entrega da Faixa Presidencial a Lula.

Provavelmente a atitude mais sensata que este homem já tomou em sua vida. E com isso ele abriu um leque de possibilidades para que o cerimonial do Palácio do Planalto arrumasse alternativas.

A opção em colocar populares nessa função se mostrou a mais acertada, com apelo emocional e cidadão imbatível. A mulher negra enfaixando Lula foi a “cereja do bolo” na cerimônia de posse do petista. Mesmo que eu tenda ter preferido que Dilma Rousseff ocupasse esse lugar.

A posse de Lula teve outros “gols”, mesmo competindo com os preparativos para o funeral de Pelé. A cadelinha “Resistência” incorporada à nova família do Presidente. A faixa nova encomendada e re-significada. A pontualidade quase britânica do rito. A entrada triunfal de Lula no Congresso. Foram tantos momentos diferenciados que só num país feito o nosso algo do tipo pode ser factível.

E é importante que se registre: a paz e harmonia que reinou na imensa área livre da Esplanda dos Ministérios. Na sensação de alma lavada e de re-conquista do povo. O novo Governo se inaugura com essa sensação: de retomada do caminho e tempo perdidos. A NOSSA República nunca mais será a mesma!

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Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira é jornalista profissional desde 1991. Foi repórter em O Norte e no jornal A União. É apresentador do radiofônico ALÔ COMUNIDADE, na Rádio Tabajara AM. É também assessor de Comunicação e servidor público desde 1994.

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